Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. João 5:24





sexta-feira, 22 de novembro de 2013

As Orações Contidas no Salmo 119

Introdução: 

O Salmo 119 é de enaltecimento à lei de Deus. O salmista apresenta seu reconhecimento à perfeição e supremacia dela. Apega-se a ela continuamente; é sua luz e proteção. Em meio às palavras ungidas de reverência, ele intercala orações pertinentes. Algumas são repetidas. Mas faz bem à alma colher o sentido do temor à lei e pedir a bondade de Deus para cumpri-la. Existem situações inusitadas, desafiadoras e aterrorizantes na caminhada do peregrino, mas com a Lâmpada luminosa, com a Palavra no coração, ele chegará ao seu destino final, garboso de contentamento. O crente pode e deve orar como o salmista. Diariamente.


1 – O SALMISTA PEDE QUE SEJA ENSINADO.

V.12 – Bendito és tu, ó SENHOR! Ensina-me os teus estatutos. V.26 – Meus caminhos te descrevi, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos. V.33 – Ensina-me, ó SENHOR, o caminho dos teus estatutos, e guardá-lo-ei até o fim. V.64 – A terra, ó SENHOR, está cheia da tua benignidade; ensina-me os teus estatutos. V.66 – Ensina-me bom juízo e ciência, pois cri nos teus mandamentos. V.68 – Tu és bom e abençoador; ensina-me os teus estatutos. V.108 – Aceita, SENHOR, eu te rogo, as oferendas voluntárias da minha boca; ensina-me os teus juízos. V.124 – Trata com o teu servo segundo a tua benignidade e ensina-me os teus estatutos. V.135 – Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo e ensina-me os teus estatutos.

2 – PEDE INTELIGÊNCIA.

V.34 – Dá-me entendimento, e guardarei a tua lei e observá-la-ei de todo o coração. V.27 – Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim, falarei das tuas maravilhas. V.73 – As tuas mãos me fizeram e me afeiçoaram; dá-me inteligência para que aprenda os teus mandamentos. V.125 – Sou teu servo; dá-me inteligência, para entender os teus testemunhos. V.144 – A justiça dos teus testemunhos é eterna; dá-me inteligência, e viverei. V.169 – Chegue a ti o meu clamor, ó SENHOR; dá-me entendimento conforme a tua palavra.

3 – PEDE QUE SEJA VIVIFICADO.~

V.25 – A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. V.37 – Desvia os meus olhos de contemplarem a vaidade e vivifica-me no teu caminho.

V.40 – Eis que tenho desejado os teus preceitos; vivifica-me por tua justiça. V.88 – Vivifica-me segundo a tua benignidade; então, guardarei o testemunho da tua boca.

V.107 – Estou aflitíssimo; vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua palavra. V.149 – Ouve a minha voz, segundo a tua benignidade; vivifica-me, ó SENHOR, segundo o teu juízo. V.154 – Pleiteia a minha causa e livra-me; vivifica-me, segundo a tua palavra. V.156 – Muitas são, ó SENHOR, as tuas misericórdias; vivifica-me, segundo os teus juízos. V.159 – Considera como amo os teus preceitos; vivifica-me, ó SENHOR, segundo a tua benignidade.


4 – PEDE A BENEVOLÊNCIA DE DEUS.

V.8 – Observarei os teus estatutos; não me desampares totalmente. V.17 – Faze bem ao teu servo, para que viva e observe a tua palavra. V.41 – Venham também sobre mim as tuas misericórdias, ó SENHOR, e a tua salvação, segundo a tua palavra. V.58 – Implorei deveras o teu favor de todo o meu coração; tem piedade de mim, segundo a tua palavra. V.77 – Venham sobre mim as tuas misericórdias, para que viva, pois a tua lei é a minha delícia. V.82 – Os meus olhos desfaleceram, esperando por tua promessa; entretanto, dizia: Quando me consolarás tu? V.132 – Olha para mim e tem piedade de mim, conforme usas com os que amam o teu nome.

5 – PEDE SOCORRO, SUSTENTO E LIVRAMENTO.

V.28 – A minha alma consome-se de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra. V.94 – Sou teu, salva-me; pois tenho buscado os teus preceitos. V.116 – Sustenta-me conforme a tua palavra, para que viva, e não me deixes envergonhado da minha esperança. V.117 – Sustenta-me, e serei salvo e de contínuo me alegrarei nos teus estatutos. V.134 – Livra-me da opressão do homem; assim, guardarei os teus preceitos. V.146 – A ti te invoquei; salva-me, e guardarei os teus testemunhos. V.173 – Venha a tua mão socorrer-me, pois escolhi os teus preceitos. V.170 – Chegue a minha súplica perante a tua face; livra-me segundo a tua palavra.


6 – PEDE PROTEÇÃO CONTRA OS ÍMPIOS, MAUS CAMINHOS E MAUS HÁBITOS.

V.10 – De todo o meu coração te busquei; não me deixes desviar dos teus mandamentos. V.22 – Tira de sobre mim o opróbrio e o desprezo, pois guardei os teus testemunhos. V.29 – Desvia de mim o caminho da falsidade e concede-me piedosamente a tua lei. V.36 – Inclina o meu coração a teus testemunhos e não à cobiça. V.39 – Desvia de mim o opróbrio que temo, pois os teus juízos são bons. V.84 – Quantos serão os dias do teu servo? Quando me farás justiça contra os que me perseguem? V.121 – Fiz juízo e justiça; não me entregues aos meus opressores. V.122 – Fica por fiador do teu servo para o bem; não deixes que os soberbos me oprimam.


7 – PEDE QUE SEJA GUIADO POR DEUS.

V.35 – Faze-me andar na verdade dos teus mandamentos, porque nela tenho prazer. V.133 – Ordena os meus passos na tua palavra, e não se apodere de mim iniquidade alguma. V.176 – Desgarrei-me como a ovelha perdida; busca o teu servo, pois não me esqueci dos teus mandamentos.

8 – PEDE COMUNHÃO PLENA.

V.18 – Desvenda os meus olhos, para que veja as maravilhas da tua lei. V.19 – Sou peregrino na terra; não escondas de mim os teus mandamentos. V.31 – Apego-me aos teus testemunhos; ó SENHOR, não me confundas. V.38 – Confirma a tua promessa ao teu servo, que se inclina ao teu temor. V.43 – E de minha boca não tires nunca de todo a palavra de verdade, pois me atenho aos teus juízos. V.49 – Lembra-te da palavra dada ao teu servo, na qual me fizeste esperar. V.145 – Clamei de todo o meu coração; escuta-me, SENHOR, e guardarei os teus estatutos.


Conclusão:

São necessárias a paciência e a perseverança na leitura e na meditação dos preceitos de Deus, exarados na Bíblia, para sermos bem-sucedidos na vida de servos de Deus. Jamais serão confundidos ou frustrados os que atenderem, de bom grado, aos mandamentos do Senhor. A oração é forte aliada dos amantes das Escrituras Sagradas. A repetição da meditação nos tópicos do estudo fará bem ao coração e solidificará o fiel na Rocha Eterna. O Senhor Jesus Cristo disse: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.” Jo 15.10. ARC.

Autor: Pr. Odair Alves de Oliveira

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A Reciprocidade do Amor Cristão



Texto áureo: Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.

 Leitura Bíblica: Ora, muito me regozijei no Senhor por finalmente reviver a vossa lembrança de mim; pois já vos tínheis lembrado, mas não tínheis tido oportunidade.
Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a contentar-me com o que tenho.
Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.

Filipenses 4:10-13

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da reciprocidade enquanto característica do amor cristão. Somente aqueles que amam são capazes de agir pelo outro sem interesse próprio. Essa é justamente uma marca do genuíno amor cristão – ágape – que se mostra desinteressado.  No início da aula abordaremos o papel do contentamento para a expressão do amor-agape, em seguida, a atuação do amor que a igreja deve ter pelos obreiros, ao final, destacaremos a relevância do amor do obreiro pela igreja.

1. AMOR FUNDAMENTADO NO CONTENTAMENTO

Somente pode amar aqueles que aprenderam a estar contentes, isto é, que não dependem das circunstâncias para ter alegria. Consoante ao que estudamos na aula anterior, aqueles que desfrutam da paz de Deus, pode exercitar o amor-agape. É sempre importante destacar que o amor cristão exige ação. Deus amou o mundo de uma maneira extraordinária e deu Seu Filho para a salvação dos pecadores (Jo. 3.16). De igual modo, aqueles que amam a Deus devem demonstrá-lo, tanto amando a Ele, quanto ao próximo (Mt. 22.34-40). Se Jesus demonstrou o Seu amor para conosco, entregando a Sua vida na cruz do calvário, devemos fazer o mesmo pelos nossos irmãos (I Jo. 3.16). 

O amor cristão exige desprendimento, ou seja, disposição para abrir mão do que tem em prol dos outros (I Co. 13). Vivemos em uma sociedade extremamente individualista. O capitalismo selvagem está lançando as pessoas cada vez mais para longe uma das outras. O consumismo também faz com que as pessoas queiram sempre mais. Por causa disso, as pessoas não querem abrir mão do que possuem para satisfazer ao necessitado. Essa doença está adentrando até mesmo as igrejas evangélicas.

 Tais atitudes são totalmente contrárias àquelas dos crentes de Jerusalém do primeiro século, que eram sensíveis às carências uns dos outros (At. 4.34-37). Paulo não sofria dessa enfermidade espiritual, antes de qualquer coisa, aprendeu a estar contente, independentemente das situações (Fp. 4.12). 

Por isso, tanto sabia ter fartura quanto padecer necessidade, nada o tirava do centro, que é Cristo. Ele é Aquele que o fortalecia, mesmo na prisão em Roma, e passando por momentos de privações (Fp. 4.13). Há líderes evangélicos que citam esse texto indevidamente, sem atentar para o contexto, eles ficam apenas com o “tudo posso naquele que me fortalece”. No contexto, Paulo mostra que tanto podia viver em fartura quanto em necessidade. É bom saber viver a partir da porção acostumada, como disse o sábio judeu (Pv. 30.7-10).

2. AMOR DA IGREJA PELO OBREIRO DO SENHOR

A obra de Deus precisa de reciprocidade, sem essa, todo trabalho será realizado com dificuldade. Essa verdade se aplica principalmente ao contexto missionário, em relação àqueles que estão em outros países. Os crentes devem ser motivados a contribuírem com generosidade para a manutenção do trabalho missionário. Os que entregam suas ofertas, com alegria, partilharão do galardão daqueles que estão além fronteiras (I Sm. 30.24).
 Havia uma relação de reciprocidade entre a igreja de Filipos e Paulo, esse envolvimento não era apenas financeiro, mas também afetivo. Toda igreja pode contribuir bastante enviando ofertas, mas não pode esquecer-se da responsabilidade relacional. 

Não é fácil o missionário deixar sua terra, ir para outra cultura, enfrentar a hostilidade dos povos. Os crentes filipenses, além de enviar auxílio financeiros para Paulo (Fp. 4.10,17), também proveram sustento espiritual nas tribulações (Fp. 4.14). Aquele ato de entrega foi uma demonstração nítida de amor cristão, não apenas um encargo eclesiástico. A igreja de Filipos tinha um lugar especial no coração do Apóstolo.

 Era uma igreja compromissada com o ministério de Paulo, fiel e assumidamente missionária (Fp. 4.15). Os escândalos do movimento gospel não podem ser motivo para deixarmos de contribuir com as obras reconhecidamente evangélicas. Os obreiros que se dedicam com denodo à obra do Senhor devem ser recompensados, pois digno é o obreiro do seu salário (I Tm. 5.17,18).

 O obreiro, por sua vez, deve ser grato pela manifestação de amor da igreja. Não apenas o agradecimento é necessário, também a transparência em relação ao uso dos recursos financeiros enviados. Paulo sempre foi cuidadoso a esse respeito, tinha uma preocupação ética em relação à arrecadação e a condução das ofertas para as igrejas (II Co. 8.19-21). A diminuição na contribuição em várias igrejas, além do apego exagerado as coisas materiais, tem a ver com a falta de zelo dos obreiros no uso dos recursos arrecadados.

3. AMOR DO OBREIRO DO SENHOR PELA IGREJA

O obreiro do Senhor deve demonstrar gratidão à igreja pela entrega dos recursos financeiros, bem como pelo cuidado espiritual (Fp. 4.10). Ao mesmo tempo, deve ter equilíbrio espiritual para não fiar sua segurança em bens materiais. Paulo advertiu ao jovem pastor Timóteo para que esse tivesse cuidado com o amor as riquezas (I Tm. 6.10). Muitos obreiros estão decaindo no ministério por causa do seu apego ao dinheiro. A motivação principal para o ministério pastoral nunca deve ser o acúmulo de bens. Essa é uma deturpação do movimento evangélico desses últimos tempos.

 Evidentemente isso não quer dizer que a igreja deve ser irresponsável em relação aos cuidados básicos dos seus obreiros. Muito pelo contrário, aqueles que se dedicam à Palavra de Deus, que são exímios ministradores, que presidem bem, devem ser recompensados (I Tm. 5.17). Mas, esses, por sua vez, não podem depositar sua fé no dinheiro, sua principal preocupação deve ser a aprovação do seu trabalho pelo Senhor (I Tm. 2.15). Como Paulo, o obreiro do Senhor deve mostrar a igreja que sabe está contente, independentemente da situação (Fp. 4.11).

 Evidentemente o Apóstolo precisou aprender, por isso afirmou: “em todas as coisas, estou instruído”. Os crentes que colocam a sua segurança em bens materiais ainda não aprenderam a confiar totalmente em Deus. Isso é resultado de maturidade cristã, e às vezes, de experiências frustrantes. O crescimento toma tempo, e em determinadas situações, é intensamente doloroso. Nem todos podem afirmar com Paulo “posso todas as coisas naquele que me fortalece”. 

Um obreiro para chegar a essa condição precisa ter aprendido a amar a igreja que pastoreia acima de qualquer coisa. Cada vez mais temos menos obreiros aprovados nesse sentido, o materialismo está extinguindo os obreiros realmente compromissados com a Palavra. O amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males, está arrefecendo o cuidado dos obreiros pela igreja do Senhor.

CONCLUSÃO

Que Deus desperte crentes amorosos, compromissados com a Palavra, dispostos a mostrarem reciprocidade em amor. Que as mazelas do materialismo, transformado em avareza, não solape a fé dos cristãos (Hb. 13.5,6). 

Que não venhamos a ser consumidos pela preocupação com os bens materiais (Mt. 6.25-35). Que o amor ao dinheiro nunca venha a nos distanciar das pessoas. Que nossa relação ministerial nunca esteja baseada em valores, mas na disposição de se sacrificar pela igreja do Senhor.

BIBLIOGRAFIA
BOICE, J. M. Philippians. Michigan: BakerBooks, 2000.
WIERSBE, W. W. Philippians: be joyfull. Colorado: David Cook, 2008.

Autor: Prof. Ev. José Roberto A. Barbosa

As Coisas Boas de Deus

Texto: “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará” (Sl 23.1).


Introdução: Como é agradável uma boa viagem, uma boa recuperação física, uma boa refeição, um bom descanso, uma boa notícia, um bom amigo, um bom conselho.

1. Deus pensa coisas boas a nosso respeito

“Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais”(Jr 29.11).

a. Deus está, através do profeta, dando ao seu povo uma palavra de ânimo numa hora difícil.Este texto bíblico está inserido no conteúdo da carta que Jeremias enviou a um grupo de exilados judeus na Babilônia.

b. O que Deus está pensando, planejando, a nosso respeito, é o melhor.O diabo tem procurado muitas vezes dizer ao contrário, todavia podemos estar seguros de uma coisa: Deus pensa, planeja o melhor para nós. Foi assim quando o homem pecou. Deus planejou lá no Éden a nossa redenção em Cristo Jesus – “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).

c. Quem sabe você está vivendo o seu momento de exílio, de cativeiro, de desânimo, de lutas.Saiba que, ainda que a isto esteja acostumado, Deus está pensando algo bom, lindo, maravilhoso a seu respeito.

2. Deus prepara coisas boas para nós.

“mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam”(1 Co 2.9).

a. “Preparas-me uma mesa...” (Sl 23.5).
b. “Vinde porque tudo já está preparado” (Lc 14.17).
c. “Vou preparar-vos lugar” (Jo 14.2).

O que Deus tem preparado são coisas que os olhos não viram, os ouvidos não ouviram e nem subiram ao nosso coração.

3. Deus nos dá boas coisas.

“Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem?”(Mt 7.11).

a. Jesus está usando a figura do Pai em relação ao filhopara mostrar o interesse de Deus em nos dar as coisas boas.

b. quantas coisas boas Deus tem para nos dar:sua paz, sua graça, seu amor, sua força, sua proteção, seu alento, sua esperança, sua vida.

c. As mãos de Deus estão cheias e estendidas para nós, e, com grande amor, ele nos diz: filho meu, quero abençoar você. Não precisamos viver de migalhas, Deus tem muitas coisas boas para nos dar. Ele quer nos abençoar com toda sorte de bênçãos espirituais em Cristo nas regiões celestes – “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo” (Ef 1.3).

Conclusão: Tudo o que temos de fazer é nos achegarmos a Deus e nos apropriarmos de tudo o que é nosso em Cristo Jesus.
Autor: Messias Anacleto Rosa  

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Restituindo a Pérola do Prazer em Estudar a Palavra de Deus


Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações,
Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo;

1 Pedro 2:1-2

INTRODUÇÃO


O leite materno é um alimento completo para o recém-nascido até os seis primeiros meses de vida. Ele contém todas as proteínas, açúcar, gordura, vitaminas e água que o bebê necessita para ser saudável. Após os seis meses, a alimentação deve ser acrescida com outros alimentos.

Todo cristão recém-nascido precisa também ser amamentado. Ele necessita do genuíno leite espiritual da Palavra: “Desejai ardentemente, como crianças recém-nascidas, o genuíno leite espiritual, para que, por ele, vos seja dado crescimento para salvação” (1 Pe 2.2). Assim como um bebê chora pedindo o leite materno, todo cristão deve desejar ardentemente o leite da Palavra.

O estudo de hoje é sobre a Palavra de Deus, o alimento principal da dieta espiritual do cristão.

1. O LEITE NA BÍBLIA

A palavra leite (halab) aparece 40 vezes no Antigo Testamento, literalmente para indicar o leite de animais (Dt 32.14) e o leite humano (Is 28.9), e figuradamente para descrever abundância e fartura (Êx 33.3; Lv 20.24). No Novo Testamento, a palavra leite (Gala) aparece 5 vezes: (1 Co 3.2 e 9.7; Hb 4.12,13; 1 Pe 2.2).

O leite foi um alimento importante no cardápio de Israel. Bebia-se leite de vaca, ovelhas e cabras (Dt 32.14; Pv 27.27; Is 7.22). Os produtos derivados do leite eram bastante consumidos, principalmente a manteiga, o queijo e a coalhada (Gn 18.8; Is 7.22). O leite era colocado num saco de couro e este sacudido e espremido até que se formasse a manteiga (Pv 30.33). O queijo também era feito do leite (2 Sm 17.29).

Leite e mel foram usados de forma combinada, metaforicamente, para indicar a abundância da terra prometida: a terra que mana leite e mel (Dt 6.3; Js 5.6). Provavelmente, o leite era misturado ao vinho e ao mel (Gn 49.12; Ct 5.1; Is 55.1). A Palavra de Deus é comparada ao mel, alimento rico e nutritivo (SI 19.10; 119.103; Ez 2.3 e Ap 10.9).

2. A PALAVRA COMO ALIMENTO

Em nosso texto básico, Pedro chama a Bíblia de "o genuíno leite espiritual". Ele compara o crente a uma criança recém-nascida que necessita dessa Palavra para o seu crescimento. A Palavra é o leite materno do cristão recém-nascido.

A partir desta idéia de Pedro, encontramos na Bíblia vários ensinos sobre a importância da Palavra de Deus.

2.1. É pela palavra que somos gerados ou nascemos espiritualmente. Um cristão nasce espiritualmente por meio da Palavra. Pedro declara: Pois fostes regenerados não de semente corruptível, mas de incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente (leia 1 Pe 1.23). Paulo usa a mesma idéia sobre a santificação da igreja realizada por Jesus Cristo (Ef 5.26).

A Palavra também é comparada a uma semente que produz vida (leia Mc 4.14-20; Tg 1.18; Hb 4.12).

No contexto de missões e evangelização, Paulo também declara que a fé vem ou nasce pelo ouvir a Palavra de Deus. E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo (Rm 10.17).

2.2. É pela palavra que crescemos ou sobrevivemos espiritualmente. É por isso que Pedro diz que devemos desejá-la ardentemente. Um recém-nascido expressa esta necessidade pelo choro ardente. O alimento da Palavra é uma necessidade da alma (SI 42.1,2).

O alimento da Palavra é suficiente. Não precisa de adições, só a Palavra (SI 1). Cuidado com o leite falso, com o falso ensino.

O salmista diz: “A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente, justos (SI 19.7-9). O salmista Davi declara que a Palavra de Deus produz restauração, sabedoria, alegria, visão, segurança e justiça” (SI 19.7-9).

O Salmo 119 apresenta a excelência da Palavra de Deus. E o salmista declara os efeitos ou os significados que a Bíblia tem para ele:

• Felicidade (v.1,2); • Santificação (v. 9, 11); • Consolo (v. 50); • Sabedoria (v. 98-100); • Direção (v. 105); • Paz (v. 165).

2.3. É pela palavra que somos santificados. Jesus é quem declara esta verda­de: Santifica-os na verdade; a tua pa­lavra é a verdade (Jo 17.17). A santificação do crente acontece por obra do Espírito Santo, que se utiliza da Palavra.

No Salmo 119, a Palavra é coloca­da como fonte de purificação: De que maneira o jovem poderá guardar puro o seu caminho? Observando-o segun­do a tua palavra. Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar con­tra ti (119.9,11).

2.4. É pela palavra que somos aperfeiçoados e habilitados para o serviço. Leia o trecho de 2 Tm 3.16,17: Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justi­ça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilita­do para toda boa obra. Observe três lições:

2.4.1. O que é a Palavra? Ela é inspirada por Deus (2 Pe 1.20,21).

2.4.2. Qual a sua utilidade? Ensinar, repreender, corrigir e edu­car (SI 119.98-100).

2.4.3. Qual a sua finalidade? Aperfeiçoar o seu leitor e habilitá-lo para toda boa obra (2 Tm 2.15). É por isso que precisamos ler e es­tudar a Bíblia diariamente. Ela é o ali­mento necessário para o nosso cres­cimento.

3. COMO SE ALIMENTAR DA PALAVRA?

Há muitas sugestões sobre como estudar a Bíblia. E cada pessoa deve utilizar a melhor ou a mais adequada à sua necessidade.

Quero sugerir alguns princípios que devem ser considerados no estudo in­dividual da Bíblia.

3.1. Reserve um tempo diário para a leitura da Bíblia. A leitura deve ser diária e acompa­nhada de meditação no texto (S11.2,3). Faça uma refeição diária com o ali­mento celestial.

3.2. Leia especificamente a Bí­blia. Não substitua a leitura bíblica pela leitura de comentários bíblicos, dicio­nários ou sermões (Jo 5.39).

3.3. Leia a Bíblia sempre acom­panhada com a oração. O entendimento do texto é obra de Deus (SI 119.18). Precisamos da ilu­minação do Espírito Santo para ir além da mera letra. Aproxime-se da Bíblia com humildade (1 Co 8.1-3).

3.4. Leia a Bíblia para aumentar o seu conhecimento de Deus. Conhecemos a Deus por meio da Escritura Sagrada. Lembre-se que Ele é uma pessoa. Ele se auto-revela no texto sagrado, o qual leva-nos a uma comunhão mais íntima com Ele (Is 55.6-11).

3.5. Leia a Bíblia com o objetivo de praticá-la. Não seja um mero ouvinte ou estudioso da Palavra, mas um operoso praticante (Tg 1.22-25).

CONCLUSÃO

Ao encerrar este estudo, quero enfatizar a importância da meditação na Bíblia acompanhada da oração. Esta foi a oração do salmista: Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei (SI 119.18). Primeiro, ele reconhece que a Bíblia, a Palavra de Deus, está repleta de maravilhas. Segundo, que ele só pode contemplar estas maravilhas se Deus abrir os seus olhos espirituais. Terceiro, ele ora e estuda a Palavra.
|  Autor: Pastor Josias Mourae 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Como Lidar Com as Faltas dos Outros


Uma das mais comuns tentações que todos nós cristãos enfrentamos é a de sermos demasiadamente severos diante dos erros de outrem e agirmos sem misericórdia!
É certo que os meus leitores sabem por experiência do que estou tratando! Afinal, quem jamais deixou de ser condescendente consigo mesmo e duro no trato dos pecados dos demais? Porventura, não é mais fácil esconder os pecados dos meus filhos e expor o máximo possível os dos outros?
No entanto, a Bíblia nos dá instruções valiosas quanto à maneira pela qual eu devo cuidar dos meus pecados e também como devo ver os erros dos meus irmãos. Ora, recorramos à Escritura a fim de considerarmos o grande desafio do cristianismo no que tange a "Como Lidar com as Faltas dos Outros". Eis, pois, o que está escrito em Lucas 17: 3-10:
"3 Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti, repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. 4 Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe. 5 Então, disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé. 6 Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá..."
Consideremos esse belíssimo texto à luz da seguinte pergunta: COMO EU DEVO TRATAR OS PECADOS DO MEU IRMÃO?
1. Antes de tudo, eu devo ser cuidadoso para não ser tropeço para quem quer que seja, pois nosso Senhor disse enfaticamente: "Acautelai-vos".
É digno de nota que o verbo acautelar no original grego (prosecw), no seu contexto, signifique "assistir a si mesmo, i.e., dar atenção a si mesmo ou ter cuidado". Dessa maneira, tudo deve começar comigo mesmo! Ou seja, devo ser cuidadoso a fim de não me tornar em escândalo (armadilha, cilada) para ninguém, com os meus pecados. É por isso que nosso Senhor disse "Acautelai-vos" logo em seguida às mais terríveis palavras de todo o Novo Testamento: "Disse Jesus a seus discípulos: É inevitável que venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos1.
Você tem sido cuidado com seus pecados? Que atenção você tem dado ao seu natural coração? Crê que dele é que sai o que está escrito em Mateus 15: 19, 20? Você tem levado a sério aquela temerosa advertência que diz: "Aquele, pois, que pensa estar em pé veja que não caia"? Como, então, devo tratar com os pecados dos outros?
2. Em segundo lugar, devo ser cauteloso com relação aos pecados dos outros. Digo isso, porque nosso Senhor prosseguiu dizendo: "Se teu irmão pecar contra ti".
Oh! Quanto cuidado da minha parte é necessário quando alguém peca contra mim! Como necessito de dobrada atenção quanto à maneira de encarar os meus ofensores! Ora, isso é tão sério que merece ser considerado com a seguinte pergunta: Quando alguém me ofende qual é a minha reação natural? Qual é a tendência do meu coração ao ser atacado pelo pecado de outrem? Porventura, não sou rápido em me ressentir por pensar que o que me fizeram foi uma grande injustiça? Ou o que dizer da minha natural reação de vingança contra o ofensor? Ainda: Não procuro eu tornar pública a falta daquele que pecou contra mim? Eu não compartilho para o maior número possível de pessoas o que 'aquele sujeito' fez contra mim? Em outras palavras, diante das faltas dos demais tenho a tendência de me tornar extremamente rigoroso no meu julgamento! Afinal, o centro de 'tudo' ao meu redor sou eu mesmo!
Por essa causa, nosso Senhor Jesus Cristo chama-nos a atenção para a importância do nosso próprio cuidado pessoal ao dizer: "Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti". Em outras palavras, é como se Ele houvesse dito: tenham bastante cuidado ao lidar com as faltas do seu irmão! Trate-o de forma adequadamente cristã.
Vejamos, então, em que consiste tal adequada atitude cristã, no passo seguinte:
3. Em terceiro lugar, devo ser cauteloso quanto a ter uma atitude amorosa para com o meu irmão faltoso. Ou seja, quando meu irmão pecar contra mim, eis o que meu Senhor Jesus diz ser o meu dever: "repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe".
Quão impressionantemente maravilhosas são estas palavras de nosso Senhor Jesus! Elas me indicam que minha atitude para com aquele que pecou contra mim deve ser a de amá-lo! Sim! Devo amá-lo buscando resolutamente o bem dele! Eis, pois, a belíssima amorosa dinâmica envolvida nas Palavras de nosso Senhor Jesus:
Aquele irmão a quem amo pecou contra mim – ele me ofendeu! Então, como cristão – alguém que fora perdoado por Aquele que me amou primeiro – envido esforços em busca da paz entre mim e ele! Para tanto, vou até o faltoso e, sem que ninguém o saiba, vou "argui-lo entre [mim]e ele só", com o firme propósito de perdoá-lo, caso ele se arrependa. Sim! Meu sincero desejo é vê-lo arrependido para que eu possa perdoá-lo. Em outras palavras, ao fazer assim estarei imitando ao meu Senhor que nos amou! Afinal, eis o que Ele, em algum sentido semelhante ao descrito acima, fez: Estando eu em flagrante ofensa com o Senhor Deus, ao invés de Ele se armar de sentimento de vingança contra mim, Ele me fez ver quão grande era o meu pecado contra Ele, de modo que a Sua bondade me conduziu ao arrependimento e, então, Ele pode me perdoar!
Ora, qual foi o propósito de Deus para comigo? Perdoar-me! E que fez Ele para que tal coisa ocorresse? Ele derramou luz sobre as minhas trevas, de maneira que eu corri arrependido rogando-Lhe perdão! Qual foi, então, o resultado disso tudo? Ele me perdoou, segundo o Seu amor para comigo! 
Semelhantemente, essa deve ser a minha atitude para com aqueles que pecam contra mim – ao invés de ressentir-me, devo buscar com todas as minhas forças a reconciliação com ele!
Dessa maneira, ao dizer: "repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe", nosso Senhor Jesus parece dizer que o amor do ofendido deve buscar o bem do faltoso. Minha repreensão deve ter como propósito o arrependimento do faltoso. Então, pensemos:
  • Que significa essa repreensão? Significa derramar luz sobre as trevas do faltoso! Significa expor a verdade acerca da sua ofensa, com espírito de brandura 2 !
  • Que significa esse arrependimento? Significa um olhar sincero e verdadeiro para o pecado, vendo-o como odioso, e regado de tristeza segundo Deus que não traz pesar 3!
  • Que é esse perdão? Trata-se não da retirada da culpa do ofensor (esse aspecto pertence somente a Deus), mas de uma disposição interior pacificadora para com o faltoso, a qual deverá ser conhecida ou declarada ante a confissão do irmão arrependido 4!
Qual tem sido sua atitude diante daqueles que lhe ofendem? Você os odeia ou os ama? Quer vê-los arrependidos e perdoados ou prefere a caminhada mais fácil que é o da vingativa rejeição?
4. Em quarto lugar, Minha atitude deve ser continuamente amorosa.
Talvez, esse seja um dos aspectos mais "humilhantes" dos relacionamentos cristãos – a sempre contínua disposição para perdoar aos faltosos! Ou seja: Segundo nosso Bendito Salvador, "Se, por sete vezes no dia, pecar contra ti e, sete vezes, vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido, perdoa-lhe".
Em outras palavras, não importa quantas vezes alguém peque contra mim; mas, sim, que eu esteja sempre disposto a perdoar aos que se arrependemdos seus pecados! Nesse sentido, o amor deve se fazer presente em todos os meus relacionamentos, pois está escrito: "Todos os vossos atos sejam feitos com amor5.
Tal exigência é demais para nós? Não nos lembramos do que está escrito: "Nós amamos porque ele nos amou primeiro"? Logo, se o Senhor Deus nos perdoa infinitas vezes a cada dia – pecamos por pensamentos, palavras e atitudes – será muito perdoarmos aos que confessam as suas faltas contra nós e se arrependem?
Está você cansado de tanto perdoar o seu digníssimo esposo ou esposa? E seu querido papai ou sua amada mamãe? Reconsidere o que foi dito acima e responda: Sou eu um crente em Cristo Jesus? Sou Seu discípulo? Ora, se seu próximo peca, e você lhe lembra das faltas passadas, saiba que o amor[perdoador] de Deus não está em você! Quão humilhante é esse ensino!
5. Em quinto lugar, devo estar consciente de que a prontidão para perdoar os faltosos é fruto da fé genuína.
Se observarmos a reação dos discípulos quanto ao ensino acerca de "Como Lidar com as Faltas dos Outros", provavelmente veremos que eles se viram diante de tão grande desafio que, para eles, somente uma grande fé seria capaz de obedecer ao Senhor Jesus! Por isso, "disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé".
No entanto, a resposta do Senhor nos surpreende como podemos ver no v. 6: "Respondeu-lhes o Senhor: Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar; e ela vos obedecerá".
Ou seja: Nessa matéria de perdoar aos que se arrependem, e confessam suas faltas contra nós, basta apenas que tenhamos uma fé genuína! Basta que um dia tenhamos recebido a verdadeira fé, "que é um dom de Deus"! Afinal, por menor que seja a minha fé, sendo genuína, ela vai me conduzir à Cruz e me dizer: "Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo, vos perdoou. Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós6.
Qual dos verdadeiros discípulos do Senhor Jesus Cristo deixará de ter a experiência do Seu terno e bondoso amor perdoador para consigo? Como poderia deixar de se humilhar ao contemplar Aquele que veio ao mundo para morrer por pecadores?
Oh! Senhor meu, ajude-me a sempre enxergar e vivenciar o teu admirável amor por mim que sou tão pecador, para que eu esteja sempre disposto a perdoar! Livra-me de qualquer 'justificativa' que venha me causar embaraço, e me leve a esquecer "a purificação dos [meus] pecados de outrora7.
6. Em último lugar, perdoar os faltosos não passa de um sublime dever cristão.
Qualquer que seja a interpretação da parábola descrita em Mt 17: 7-10, há algo que me faz extrair o seguinte princípio: A fé exclui qualquer possibilidade de jactância (orgulho). Por isso, os que perdoam aos faltosos devem ser humildes, à luz do v.10: "Assim também vós, depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer".
Se eu consigo perdoar o meu irmão faltoso e arrependido, devo ser elogiado pelos céus? Devo receber palavra de gratidão da parte do Senhor a quem eu sirvo?
Porventura, é da minha natureza que eu perdoe o faltoso? E para fazê-lo não é necessário que o Espírito do meu Senhor Jesus Cristo, o Pacificador, frutifique em mim?
Além do mais, não é o perdão uma ordenação Divina? Não está isso escrito: "Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda [...] não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como também eu me compadeci de ti?".
Ora, como somente podem perdoar os que foram perdoados, ao cumprirmos tal ordenança não estaremos fazendo nada de mais; pelo contrário, fazemos apenas o que devíamos fazer; e ainda assim, pela graciosa assistência do Deus perdoador! Portanto, perdoar é um sublime dever do crente!
QUE SE CONCLUI? Diante do ensino exposto, não há quem consiga ficar de pé na presença do Senhor Deus! Afinal, é Ele quem vê o meu natural coração cheio de corrupção – quanta abominação há na minha natureza decaída! Então, preciso por a mão à boca e clamar: "não nos deixes cair em tentação"! Ou fazer a oração de Davi que disse: "Tu, ó Deus, bem conheces a minha estultice, e as minhas culpas não te são ocultas. Não sejam envergonhados por minha causa os que esperam em ti, ó SENHOR, Deus dos Exércitos; nem por minha causa sofram vexame os que te buscam, ó Deus de Israel8.
No entanto, à luz do amor perdoador do Senhor Jesus Cristo, o Senhor da glória, devo me sentir encorajado a fortificar-me na graça que está em Cristo Jesus, e assim, estar cada vez mais convencido de como devo tratar as faltas dos outros; ou seja: Com cuidado pessoal; e com cuidado para com os faltosos, a fim de que, amando-os, busque diligentemente vê-los arrependidos e sendo por mim 'perdoados' sempre que necessário, para a glória do Senhor!
1 - Lc 17: 1, 2. Outros textos que indicam cuidado consigo mesmo: Mt 6: 1; 7: 15; 10: 17; 16: 6, 11.
2 - Gálatas 6: 1 - "Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado"
3 - 2Cortríntios 7: 9, 10.
4 - Mateus 18: 35; Tiago 5: 16.
5 - 1Coríntios 16: 14.
6 - Efésios 4: 32; 5: 1.
7 - 2Pedro 1: 9
8 - Salmos 69: 5, 6.

Texto de: Jaime Marcelino