Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. João 5:24





sexta-feira, 30 de novembro de 2012

“Natal romano”,

Lendo as palavras “Natal romano”, alguém poderia pensar no Vaticano e nas antigas tradições relacionadas a ele – ou nos romanos da época de Jesus. Mas não é disso que trata este texto. Ele fala sobre descobertas natalinas na Carta de Paulo aos Romanos...
 
A Epístola aos Romanos apresenta alguns presentes que recebemos quando Jesus Cristo se tornou homem – presentes que despertam em nós muita admiração. Certa vez recebi um cartão de Natal que dizia:
A época do Natal é uma época de presentes. Em todas as lojas é possível comprar os melhores e mais caros presentes para alegrar os outros. Mas o maior e mais singular presente veio do próprio Deus, quando Ele deu a Si mesmo por nós através de Seu Filho Jesus Cristo. Este presente nunca perde seu valor e sua validade...
Especialmente esta última frase emocionou-me. Em Jesus temos algo que não perde valor nem validade, ao contrário das coisas da vida terrena; na verdade, podemos dizer que o melhor ainda está por vir. No que se refere ao céu, ainda vivemos na época pré-natalina.
Certa vez, C.H. Spurgeon relatou a seguinte experiência pessoal:
Há algum tempo uma jovem, que se dizia mórmon, quis falar comigo. Ela disse que tinha vindo para “me converter”. Obviamente tinha me confundido com alguém. Ainda assim escutei seus argumentos, e depois que ela terminou, eu lhe disse: “Bem, agora que você me explicou como é o seu caminho para o céu, deixe-me também descrever-lhe o meu”. Quando comecei a minha exposição, ela ficou espantada. “O senhor acredita, então, que todos os seus pecados foram perdoados?”. “Mas claro, tenho certeza disto”. “Mas”, continuou ela, “o senhor também acredita que não pode mais se perder novamente?” “Claro que acredito nisto”. “E por isto o senhor tem certeza de que um dia estará diante do trono de Deus – apesar de tudo que ainda pode acontecer? O senhor deve ser um homem feliz”. “Sou mesmo”, respondi, “sou um homem verdadeiramente feliz”. “Bem, então não posso fazer nada pelo senhor. O senhor já tem muito mais do que aquilo que eu posso lhe oferecer”. Com certeza, em Cristo temos algo que ninguém mais pode nos oferecer!

1. Misericórdia em abundância e justiça no mesmo pacote

Porque, se pela ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” (Rm 5.17).
Reinarão em vida por um só, Jesus Cristo” significa que só conseguimos assumir controle da nossa vida por meio de Jesus, e não por força e esforços próprios. Às vezes uma caixa de presente contém dois objetos que combinam. É isto que acontece aqui: (1) a graça abundante e (2) a justiça.
Em Jesus Cristo temos abundância de graça, ou seja, recebemos graça transbordante. Cada um de nós pode viver na plenitude da graça de Deus, e Ele sempre concede medidas abundantes.
• A abundância da graça: quando algo contém coisas boas, isto é agradável; quando está repleto de coisas boas, é melhor; e quando está repleto a ponto de transbordar, isso é insuperável. Em Jesus Cristo temos abundância de graça, ou seja, recebemos graça transbordante. Cada um de nós pode viver na plenitude da graça de Deus, e Ele sempre concede medidas abundantes. O que diz o salmista? “O meu cálice transborda” (Sl 23.5).
• A justiça. Que tal um vestido ou um terno novo no Natal? E se for de um tecido incomparável, que não existe neste mundo; um tecido que supera qualquer criação de estilistas como Lagerfeld, Hugo Boss ou Armani? Estou falando do manto de justiça feito com o tecido da abundante graça de Deus, cujo estilista é o Criador em pessoa e cujo material é a obra de redenção de Jesus.
A abundância da graça inclui a justiça completa que Deus nos dá, pois, do contrário, graça não seria graça. Não há pecado que Deus não possa nos perdoar em Jesus Cristo. Deus nos dá roupas totalmente novas, envolvendo-nos na veste da justiça do Salvador.
Certa vez recebi a ligação de uma senhora idosa que havia cometido um grande erro em sua juventude. Apesar de já ser filha de Deus há muito tempo, freqüentemente ela era assaltada pelo medo de que este pecado em especial não teria sido perdoado. Mas quem recebeu a justiça de Jesus também recebeu uma vestimenta total e completamente nova. Paulo testifica: “Porque todos quantos fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo” (Gl 3.27). Na época do apóstolo, o batismo era equiparado à conversão, pois a pessoa era batizada imediatamente após se converter (At 2.38,41; At 8.12,36-38; At 9.18; At 10.47-48).
O que diz o versículo? “Os que receberam a abundância da graça e do dom da justiça” (ou “que receberam graça abundante e o dom da justiça”). A abundância da graça só pode ser recebida como presente, pois é o presente de Natal que Deus deseja dar a todas as pessoas; a salvação em Jesus Cristo é para todos. Mas só aqueles que a aceitam são presenteados.
Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida” (Rm 5.18). Se o pecado de Adão foi suficiente para que todas as pessoas fossem alcançadas e condenadas por meio dele, da mesma forma o presente da justiça também vale para todos e não apenas para uns poucos escolhidos. É impossível que o primeiro valha para todos e o segundo valha apenas para alguns. Mas no fim só serão justificados aqueles que aceitarem o presente de Jesus Cristo. Quero dar um exemplo:
Um fabricante de sabonetes conversava com um pastor. O fabricante começou a criticar o cristianismo: “Com todo respeito pelo seu empenho, mas sejamos sinceros: o que a Igreja conseguiu fazer nos 2000 anos de sua história? O mundo não melhorou nem um pouquinho por causa da fé cristã. O mal continua dominando e há pessoas más por toda parte”. O pastor limitou-se a indicar um menininho à beira da estrada: “O senhor está vendo esse menino todo sujo? Há décadas que sua empresa fabrica sabonetes, mas ainda existem sujeira e crianças sujas neste mundo”. O fabricante riu: “Bem, sabonetes só fazem diferença quando usados!” Ao que o pastor respondeu: “Exatamente – a fé também!”.

2. Certificado de indulto

Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito da vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto o que era impossível à lei, visto que se achava fraca pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança da carne do pecado, e por causa do pecado, na carne condenou o pecado” (Rm 8.1-3).
Deus nos dá um certificado de indulto! A carne não consegue cumprir a lei. A fraqueza da nossa vida e do nosso corpo nos torna incapazes de viver de forma a nos tornarmos justos diante de Deus. Somos, por natureza, condenados à perdição e caminhamos em direção a ela.
Todo indivíduo possui o medo inato de um dia estar diante de Deus para ser condenado. Por isso, uns tentam eliminá-lO, outros tentam apagá-lO de seus pensamentos, esquecê-lO para não lembrar dEle – algo que ninguém até hoje conseguiu e que ninguém nunca conseguirá fazer.
Há um caminho melhor: podemos receber agora a absolvição e a garantia de que não precisaremos comparecer diante do trono de juízo de Deus. Nosso Advogado, o Senhor Jesus Cristo, providenciou isto. Ele penetra na sua prisão e lhe entrega o certificado do indulto completo.
Nosso corpo nos leva ao fracasso pela transgressão da lei de Deus, mas a transgressão fracassou no corpo de Jesus Cristo (Rm 6.6; 1 Pe 2.24)! Como o pecado foi condenado em Seu corpo santo e justo, o pecador crente em Jesus Cristo não está mais condenado e perdido.

3. O presente da adoção

É maravilhoso não ter mais de encarar a Deus como juiz; recebê-lO ou tê-lO como Pai é insuperável.
Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes com temor, mas recebestes o espírito de adoção, pelo qual clamamos: Aba, Pai! O Espírito mesmo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus; e, se filhos, também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados” (Rm 8.15-17).
É maravilhoso não ter mais de encarar a Deus como juiz; recebê-lO ou tê-lO como Pai é insuperável. Lemos freqüentemente a respeito de celebridades que adotam crianças do Terceiro Mundo. Muitos o fazem por amor ao próximo, por terem os meios financeiros, mas certamente há entre eles também os que querem apenas se manter no noticiário e melhorar a sua imagem. Deus o faz porque realmente ama você!
É quase incompreensível, mas verdadeiro: como filhos e herdeiros de Deus, os pecadores salvos estão mais próximos de Deus do que os próprios anjos. Na verdade, os anjos anseiam por contemplar a salvação, o Evangelho da redenção dos filhos de Deus (1 Pe 1.12). Os anjos são espíritos ministradores a serviço dos filhos de Deus (Hb 1.14).

4. O presente da glória

Pois tenho para mim (‘Pois julgo’; ‘Calculo’; ‘Considero’; ‘Concluo’) que as aflições deste tempo presente não se podem comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8.18).
Outras traduções dizem:
• “...que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Almeida Fiel).
• “...que os nossos sofrimentos atuais não podem ser comparados com a glória que em nós será revelada” (NVI).
Essa descrição fala de condições momentâneas, como sofrimento, doença, perda ou preocupação.
O filho de Deus pode estar cercado de trevas, mas mesmo nestas trevas brilha para ele a clara luz da eternidade.
O Salmo 112.4 diz: “Ao justo, nasce luz nas trevas; ele é benigno, misericordioso e justo”. Ou, como lemos na NVI: “A luz raia nas trevas para o íntegro, para quem é misericordioso, compassivo e justo”. Esta é a grande diferença. O filho de Deus pode estar cercado de trevas, mas mesmo nestas trevas brilha para ele a clara luz da eternidade. A pessoa que não é filha de Deus também está em trevas, sem que possa ver esta maravilhosa luz.
Como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam. Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus. Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente” (1 Co 2.9-12). Deus preparou uma glória para os Seus que está oculta às pessoas da atual época. Ela só é dada a quem recebeu o Seu Espírito.
Assim como o espírito de uma pessoa lhe mostra apenas seus próprios pensamentos, sentimentos e desejos e não os de outra pessoa, alguém só poderia conhecer os pensamentos de um terceiro se tivesse o seu espírito. Portanto, apenas o Espírito de Deus conhece os propósitos de Deus na salvação. Mas como Deus dá Seu Espírito aos que crêem em Jesus, estes também conseguem reconhecer o que Deus lhes deu. Tornam-se participantes dos pensamentos de Deus. O espírito deste mundo nunca conseguirá compreender isto.
Precisamos treinar esta visão da glória. Quanto mais nos apropriarmos dela, menos seremos abatidos pelo que nos cerca. “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” (2 Co 4.16-18).
Outras traduções dizem: “Por isso, não desfalecemos”, “Por isso, não desmaiamos”, “Por isso não cansamos”, “Por isso não perco o ânimo”. A força para viver que temos por natureza se desgasta; mas a vida que Deus nos dá se renova a cada dia!

5. Presentes adicionais

Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (ou “colaboram, contribuem, Deus une tudo para nosso bem, servem”), daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm 8.28).
Muitas vezes os presentes em si são acompanhados de brindes adicionais, como doces, por exemplo. Normalmente damos menos atenção a estes do que ao presente propriamente dito. Além do grande objetivo da salvação no céu ainda há os “brindes” da redenção, ou seja, inúmeras coisas que desde já cooperam para o nosso bem. Um dia ficaremos espantados com a quantidade de coisas que contribuíram para o nosso bem sem que as tenhamos percebido, observado ou das quais até mesmo nos queixamos.

6. O ilimitado “presente completo”

Um dia ficaremos espantados com a quantidade de coisas que contribuíram para o nosso bem sem que as tenhamos percebido, observado ou das quais até mesmo nos queixamos.
 
Quem poderia nos dar simplesmente tudo? Ninguém! Há pessoas que podem dar muitas coisas, muitos presentes – Herodes estava disposto a dar metade do seu reino – mas ninguém pode dar tudo porque ninguém possui tudo. Só Deus, a quem tudo pertence, também pode dar tudo de presente – e é isso que Ele faz. Ele tem poder para dar tudo a cada um de Seus filhos, sem que isso O torne mais pobre. Paulo escreveu aos coríntios: “Seja Paulo, seja Apolo, seja Cefas, seja o mundo, seja a vida, seja a morte, sejam as coisas presentes, sejam as futuras, tudo é vosso, e vós, de Cristo, e Cristo, de Deus” (1 Co 3.22-23). 
 
Certa vez conversei com um homem que conseguia compreender isto e alegrar-se com todos estes presentes: a beleza das montanhas, a decoração de uma mesa ou a arquitetura de um edifício, etc. O testemunho dele me deixou maravilhado.
 
William MacDonald escreveu:
Agora que Deus já nos deu o maior de todos os presentes, Ele por acaso reteria algum dos presentes menores? Se o preço maior já foi pago, terá Ele receio de pagar preços menores? Tendo Ele se esforçado tanto para nos salvar, será que Ele nos largará novamente? “Não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?”.
Mackintosh disse:
A linguagem da descrença fala: “Como Ele poderá?” A linguagem da fé diz: “Como Ele não poderá?”.
Permita que Deus o presenteie: o Natal está por toda parte! 
 
Texto de: Norbert Lieth

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Testemunho


A Partícula de Deus - Testemunho Dr. Antônio Aro

Assista ao testemunho do irmão Antônio Aro (PhD, MPH, MSc). Email para contato: Email para contato: ac_aro@hotmail.com 

Dr. Antônio foi cientista na Harvard por 15 anos. 






sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Porque és Morno, e Não és Quente Nem Frio...

 



14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Isto diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15 Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente; oxalá foras frio ou quente! 16 Assim, porque és morno, e não és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca. 17 Porquanto dizes: Rico sou, e estou enriquecido, e de nada tenho falta; e não sabes que és um coitado, e miserável, e pobre, e cego, e nu; 18 aconselho-te que de mim compres ouro refinado no fogo, para que te enriqueças; e vestes brancas, para que te vistas, e não seja manifesta a vergonha da tua nudez; e colírio, a fim de ungires os teus olhos, para que vejas. 19 Eu repreendo e castigo a todos quantos amo: sê pois zeloso, e arrepende-te. 20 Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo. 21 Ao que vencer, eu lhe concederei que se assente comigo no meu trono. 22 Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.
                                                       APOCALIPSE 3.14-22


Em uma de minhas viagens a uma cidade do interior de Goiás, participei de uma reunião preparatória para a aula da Escola Dominical de uma Igreja local.

O estudo temático era o Apocalipse e naquele dia específico iríamos estudar sobre a igreja de Laodicéia (Ap 3:14-22).

A Revista utilizada para o estudo, ao tratar sobre o verso 16, dava ênfase a uma questão histórica ou baseada na arqueologia, e explicava que a cidade era uma Estância Hidromineral e possuía fontes de águas mornas nas suas proximidades; então, o Senhor Jesus, conhecedor que era dessa questão, estava fazendo uma comparação entre a situação dos crentes de Laodicéia com as águas mornas da cidade.

Outros comentaristas do livro do Apocalipse usam um argumento semelhante, porém, mas vão mais além; fazem uma dissertação mais profunda e abrangente da questão da água de Laodicéia comparando-a com as águas quentes de Hierápolis cidade que ficava a aproximadamente 10 km e as águas frias de Colossos que ficava a quase 20 km de Laodicéia.

Vamos ver algumas informações sobre essas duas cidades:

Hierápolis:
Uma cidade a sudoeste da Frigia, numa extremidade do vale do rio Lico, não muito longe da sua confluência com o rio Meandro. Situava-se na vertente da montanha, a cerca de 9.5 km a norte de Laodicéia e a cerca de 16 km a oeste de Colossos. Foi fundada provavelmente por Eumenes II (197-160 AC), rei de Pérgamo, tornando-se parte da província romana da Ásia depois de 133 AC. O nome Hierápolis significa “cidade santa”,devido aos banhos de águas quentes que continham vários minerais e consideravam que a mesma possuía efeitos curativos. Laodicéia e Hierápolis são citados na carta de Paulo aos Colossenses 4:13.

Colossos
Colossos era uma cidade importante, situada nas proximidades do rio Meandro, no vale do Lico e, por isso, acompanhava a principal rota comercial que ligava as cidades da Frígia, no leste, com Éfeso, no oeste.

Colossos havia sido uma cidade cosmopolita importante, que incluía diferentes elementos religiosos e culturais. A população judaica devia-se em parte a Antíoco III, que fixou cerca de dois mil judeus da Mesopotâmia e da Babilônia nessa área, em torno do ano 200 a.C.

Observa G.L. Munn que "ao redor de 62 a.C. os judeus do vale do Lico eram tão numerosos que o governador romano proibiu a exportação de dinheiro destinado a pagar o imposto do templo." Conforme Cícero, haveria uns dez mil judeus residentes naquela área da Frígia.

Curiosamente ao ler a carta de Paulo aos Colossenses não encontramos nenhuma menção sobre as águas frias de Colossos.

Águas quentes e águas frias
Sei que a intenção de apresentar a Palavra de Deus para os leitores, ou ouvintes no caso de pregadores, é levá-los a entender a mensagem de Cristo para a igreja.

No entanto, percebemos que, às vezes, pela falta de um entendimento mais profundo do livro do Apocalipse, leva o comentarista ou pregador a apoiar-se na posição de alguém, que possui credenciais acadêmicas conhecidas, ou que encontrou um argumento “aparentemente sólido e convincente” para explicar tal passagem.

Nenhum homem, escritor, teólogo ou comentarista, conseguiu até os nossos dias, explicar com certeza absoluta, muitos dos mistérios contidos na Palavra de Deus e em especial o Apocalipse, e certamente não conseguiremos entender sem que o Senhor possa ir revelando e iluminando as mentes dos seus filhos para o perfeito entendimento no tempo devido daquilo que Ele quer realizar.

Nos cursos de Teologia, muitas informações sobre História, Costumes, Arqueologia e Geografia são usadas para explicar fatos e eventos, que sem esses conhecimentos fica muito mais difícil; entender ou explicar os textos bíblicos; porém, nesse caso especificamente, não concordamos com a comparação utilizada pelos comentaristas, pois as Cartas às sete Igrejas da Ásia contidas no livro do Apocalipse tratam acima de tudo de questões espirituais, da salvação e da condenação daqueles que estão na Igreja.

Nesse caso das águas de Laodicéia, Hierápolis e Colossos há uma distorção inclusive nos critérios de comparação entre as águas, torcendo o argumento para que se tenha um resultado satisfatório por parte do autor do comentário.

Contam que as águas quentes de Hierápolis eram medicinais para o corpo, porém, elas seriam boas apenas para o banho, pois se a água quente for bebida, ela queimará o trato gastro-intestinal da pessoa que a beber e ela certamente morrerá . Beber água quente não é saudável.

No caso das águas frias de Colossos, ela é boa apenas para beber, pois banhos frios podem trazer vários tipos de doenças e a pessoa pode acabar morrendo de pneumonia ou outra doença respiratória, especialmente no inverno.

As águas de Laodicéia, que vinham através de um Aqueduto de Hierápolis, chegavam mornas em Laodicéia; e alguns dizem que elas continham carbonato de cálcio, por isso provocavam ânsia de vômitos ao beber.

Bom, as águas de Hierápolis eram boas para o banho, mas certamente, ruins para beber pois eram as mesmas que chegavam a Laodicéia, e as de Colossos, boa para beber, mas ruim para o banho, enquanto frias, e as de Laodicéia poderiam ser ruins para beber mas não tão ruins para o banho, pois águas mornas são relaxantes também.

Portanto usa-se um critério para as águas de Hierápolis: banho; e outro critério diferente para as águas de colossos: bebida, e mesmo assim acabam por condenar as águas mornas de Laodicéia comparando-as com o texto bíblico.

Então perguntamos: porventura se o povo de Laodicéia não tinha água boa para beber era diferente do povo de Hierápolis que possuía águas quentes com os mesmos minerais?

Baseado nessas considerações, acredito então, que o argumento das águas tépidas, frias e mornas dessas cidades, não deveriam ser usadas para explicar o texto a respeito de ser morno, frio ou quente, contido na Carta à Igreja de Laodicéia, pois acabam por dizer que ser frio é bom, como as águas de Colossos.

Meditando sobre isso, creio que o Espírito Santo de Deus me levou a entender o texto da maneira como exponho abaixo:

A maioria dos comentaristas Bíblicos considera e concorda que as sete Igrejas contidas no capítulo 3 do livro do Apocalipse correspondem á Igreja de Cristo em determinadas épocas da história, e que a Igreja de Laodicéia seria a Igreja dos tempos atuais, ou a Igreja dos últimos tempos.

Conheço as tuas obras
Sabemos que o Senhor conhece todas as coisas (1ª. Jo. 3:20) e conhece o nosso coração como ninguém. Ele não olha a aparência, mas sonda os corações e conhece os pensamentos, portanto conhece todas as nossas obras.

Nós, que pouco sabemos, as vezes conseguimos identificar no meio da igreja as pessoas que são apenas religiosas, que não se converteram e que não tiveram nenhuma mudança de vida desde que foram para a igreja, mesmo estando lá a muito tempo.

Se nós, limitados, conseguimos perceber isso , que dirá o Senhor Jesus, que não precisa observar muito o homem para entrar em juízo com ele. (Jó 34:23)

São os que o Senhor chama de “frios” na Carta aos Laodicenses.
Nunca se converteram e nunca se arrependeram de seus pecados, nem se prostraram humildes, dependentes da graça e da misericórdia de Deus; desejando ardentemente ser perdoados e recebidos como filhos de Deus.

Não entendem que “sem arrependimento não há salvação”. Que é necessário ter a convicção de que são pecadores e se sentirem como diz o profeta Isaias 64:6 Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.. (Is 64:6)

Se soubessem disso, entenderiam que dependem totalmente da graça e da misericórdia de Deus e do sacrifício de Cristo para serem salvos da morte eterna.

São como os Fariseus, vivem uma vida de aparência, por isso já receberam a sua recompensa aqui na terra (Mt 6).

Na verdade o “frio” também tem um propósito para o Senhor: A manifestação da sua justiça, onde saberemos quem serve e quem não serve a Deus no “Dia do Senhor”..

Lemos em Provérbios 16:4 O Senhor fez todas as coisas para determinados fins e até perverso para o dia da calamidade.

O frio já tem o seu destino selado. O Senhor Jesus sabe quem são e que nada mudará os seus corações e o seu fim. Então não há o que fazer quanto a eles. Há um propósito determinado e o fim deles será a destruição.

Temos de outro lado o crente “Quente”, que muitos pensam que são aqueles que receberam algum dom do Senhor e gostam de mostrar a todos que receberam.

São barulhentos e acham que quanto mais barulho fazem, mais “quentes” são!

Há um grande equívoco por parte de alguns pastores que não ensinam o rebanho sobre o que significa um “Avivamento verdadeiro”.

O “quente” é o crente que tem consciência de que é pecador e sabe que se depender de seus méritos será condenado.

Humildemente reconhece que sem a misericórdia e o perdão de Deus caminha a passos largos para a morte eterna. Então se prostra diante do Senhor, arrependido, desejando ardentemente ser perdoado e aceito por Deus como filho, para herdar a vida eterna conquistada por Cristo na Cruz.

Ele sabe que : Ainda que o Senhor é excelso, contudo atenta para o humilde. (Sl 138:6). E que um coração humilde Deus não desprezará. (sl 51).

O “quente” é o crente que “ama a Deus acima de todas as coisas”, que aceita sofrer por amor de Cristo, que ama o próximo como a si mesmo, que ama a Palavra de Deus e deseja vivê-la intensamente em sua vida.

O “quente” é aquele cristão que passa por mudanças a cada dia, pois a presença de Deus vai transformando-o em alguém segundo o coração de Deus.

Não é o “crente barulhento”, que pensa em ser visto por causa dos seus gritos.

“Só gritos vazios Deus não ouvirá , nem atentará para eles o todo poderoso”, nos ensina a Palavra em Jó 35:13.

Mas o “quente” é o cristão precioso aos olhos de Deus e Ele tem os seus nomes escritos na palma de sua mão, para lhes dar descanso e honra e glória, juntamente com o Senhor Jesus na eternidade.

Então o Senhor não está preocupado em exortar a esses, pois são seus.

Mas o “morno” é aquele que cocheia entre dois pensamentos (1ª. Reis 18:21), é aquele que deseja o mundo, mas sabe que o mundo é inimizade contra Deus.

Então, ora decide andar com Deus, ora se sujeita aos desejos de sua carne e vai atrás do mundo. Não é firme em seus pensamentos e não é fiel à Palavra de Deus.

Está na igreja, mas não quer abandonar o mundo, nem os prazeres do mundo.